sábado, 28 de agosto de 2010


"As velas autófagas choram os gritos do Silêncio por todas as Capelas,
Onde Deus há milênios se evaporou em si mesmo.
No cais do entardecer ancorado pela saudade autotélica,
Onde a alma atira seus sonhos inanimados sobre a película das chagas do mar,

Distante das máculas cujo Pássaro da Dor vagueia à deriva,
Visando se aninhar entre os cadáveres do coração.
E havia diademas intraduzíveis no umbral das portas do Desconhecido a nos observar,
Escritos com o sangue sinfônico das ovelhas endemoninhadas pelo acordes da Noite,
Degoladas pelo cutelo masoquista de Abraão,
Ao som convulsivo das gargalhadas ópticas de seu filho Isaque,
E o próprio deus Odin se enforcou na Videira da Maldição,
Ao vislumbrar nas rochas glaciais
O reflexo insano de sua corporeidade hipotética,
Sob as abas das constelações prosopopéicas." (Gilliard Alves)

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